Can you tell me where this road leads to...?

Hoje escrevo sobre uma imagem. Sobre, não por cima ou em cima, mas acerca. Acerca porque foi a imagem que me deu o mote para o que vou escrever, o leitmotiv para dissertar acerca do sedentarismo, o tipo de partida para o postamento diário e chega de metáforas.

Comecei o dia a remexer nas fotografias de outros anos, remetendo-as para uma estante distante onde a acessibilidade esteja comprometida, enfim, a arrumar as memórias, algo que só faço quando estas estão devidamente aconchegadas e sólidas para se poderem mudar sem se escangalharem.

Ao mirar esta imagem, instantaneamente recordei o que me passou pela cabeça naquela manhã, dentro de um autocarro podre, no meio de nenhures, num deserto onde não chove há pelo menos 1500 anos, ou seja, desde que alguém se lembre.

"Bolas!, onde é que esta estrada vai dar? O caminho parece fácil, sempre a descer e já vamos com um certo embalo, mas parece não acabar... ali à frente há um montinhos mas nunca mais lá chegamos, depois desses, uma cordilheira apresenta-se como intransponível, chiça!, mas isto não tem fim?"

O melhor das memórias é a sua actualidade!