demência estival.
transcrevo uma conversa que ouvi há pouco entre dois pacientes meus a pedir férias. creio que não lhes darei alta antes dos jogos olímpicos de pequim.
zacarias: tou a pensar numa coisa bué nojenta
jeremias: não contes
então?
conta
zacarias: vou lavar um saco de plástico dakeles que fazem barulho, sabes?
blhaaaaaaaaaaaaac
jeremias: pra q?
zacarias: não tenho mais deste tamanho e gosto mesmo dele
jeremias: pq faz barulho?
faz ploschghst?
ou crwcrwbxsjh?
zacarias: um pouco de ambos
acho que está com problemas
atão dá-lhe pròs dois lados, tipo cotonete
jeremias: zacarias, estás-me a falar de um saco plástico
zacarias: sim
jeremias: e pareces preocupado com o saco
zacarias: os cotonetes tb são de plástico
se visses um sem se lavar não ficavas indiferente
jeremias: devias sair mais à noite
tá grave
estou quase tentado a perguntar como é o saco
zacarias: transparente
jeremias: mas não perguntei
zacarias: mas eu conto-te na mesma. é dakeles onde vêm as carcaças mas eu costumo lá pôr as metades de cebola que não uso.
percebes agora pk é k tem mesmo que ser lavado...
jeremias: pq entre as cebolas tb guardas as pantufas?
estive tentado a responder “com o cheiro que deitas dos pés, o problema seria com as cebolas”, mas tive medo que então se empolgassem em mais maluquices.