Esparsos e parcos apontamentos

domingo, outubro 09, 2005

talvez não haja música mais bela que esta

: entre a agenda da semana que agora ameaça começar e as gotas de chuva que me salpicam os pés, ouço junto aos ouvidos uma bela melodia que podia ser a mais bela de todas

: deixo-me enlevar pelas notas tiradas suavemente de um piano pensada para ser cravo enquanto escolho de um pilha qual o livro que quero ler esta semana:

\a viagem sentimental é de algum modo consistente com a melodia, pelo menos em termos de época

\a leveza da melodia que escuto remete-me para uma busca, assim espiritual, do que leva alguém a escrever tais frases, descobrir como pôde um ser pensar e perpetuar na História tal sentimento

\reler, porque não?, reler é tão nobre como ler!, sempre afirmei que não sou turista mas viajante, incluindo nos livros, posso viajar de volta a um livro que me fala de canções, melodias tão antigas como a Humanidade e quase tão belas como a que oiço

\houvesse espaço num autocarro e levava este comigo amanhã

: a melodia não acaba, repete-se eternamente ou pelo menos até que eu intencionalmente a pare

: o livro não está escolhido, a semana não começou, a agenda não está organizada, e por falar nisso nada mais à volta está a funcionar

: afasto a música dos ouvidos e assisto ao crescendo de um outra voz que se junta ao piano, um coral de chuva e um cheiro a terra molhada

: talvez não haja música mais bela que esta