Esparsos e parcos apontamentos

quarta-feira, outubro 27, 2004

Cupido

Hoje apanhei outra vez, inadvertidamente, o episódio piloto do Cupido, por entre o zapping.

Não sou dado a cultos, muitos menos de mais uma série obscura que passa a imagem de Chicago como uma cidade romântica, onde um tipo está convencido de que é o Cupido, o próprio, helénico deus. Apresentado o rapaz, temos a rapariga, uma jovem psicóloga, linda, com óculos de massa e muita boa vontade para com o seu doente.
Cupido & Psique
Qual Moonlighting, eles nunca se dão apercebem que ela é Psique, a mortal pela qual o Cupido se apaixona, e ficamos toda a série à espera de os ver juntos e sorridentes e o tal final feliz.

Mas o clima está lá, fala-se de amor, sempre ele une alguém com a preciosa ajuda dos próprios, e as contas no seu estendal do loft vão-se movendo pelas mãos de Zeus.

Tal como o elefante não deixaria de escaqueirar uma inteira loja de cristais, do alto dos seus cuidados em deslocar-se de mansinho, não consigo evitar a lamechice a falar do Cupido e dizer que por vezes penso que ele anda aí à solta (talvez à excepção dos autocarros da Carris, que nem um deus aguenta aquele tormento!), operando pacientemente o seu arco e flecha para atingir inexoravelmente os mais distraídos, seja nos olhares ou nos sorrisos de quem conhecemos.

O primeiro episódio termina com Dylan cantado por Bono, Love rescue me, Come forth and speak to me, e com a promessa de mais aventuras que nos deixarão sorridentes com a candura deste deus urbano, Raise me up, And don't let me fall, com a felicidade semeada nas pessoas que ele vai tocando, No man is my enemy, My own hands imprision me, e florescente em todos nós, Love rescue me.